Jesus é descido da Cruz. Cuidadosamente, Nicodemos, José de Arimateia e São João, conduzem-nO até Maria Santíssima e depositam-nO no seu regaço. Sentada, cheia de dor, ela aceita-O e adora-O.
Entretanto, as mulheres preparam os óleos com que O vão ungir para ser depositado no sepulcro.
Maria beija as chagas do peito, das mãos e dos pés do Seu Filho e ali começa a devoção às Chagas de Cristo, que se perpetuará por gerações e gerações. Por causa daquelas benditas Chagas, Maria fora preservada do pecado original e para os homens de boa vontade podem abrir-se as portas do Céu.
A devoção às Cinco Chagas do Senhor, ou das feridas que Jesus recebeu na cruz e manifestou noa Apóstolos depois da Ressurreição, foi impulsionado por São Bernardo, e encontrou sentida e profunda adesão no povo português, desde os começos da nacionalidade. Luís de Camões, n'Os Lusíadas, faz eco dessa devoção (I, 7). Prestando culto às Chagas do Redentor, é para Jesus Cristo que se dirige a nossa adoração, para quem nos amou até à morte de cruz (Fl 2,8). A contemplação das Chagas do Senhor deu particular atenção ao lado aberto, conduzindo os místicos medievais e posteriores à contemplação do Coração trespassado, a mais viva expressão do Seu Amor. Essa contemplação move-nos espontaneamente à correspondência, "amor com amor se paga".
João 19, 28-37
"Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede.» Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam uma esponja no vinagre, fixando-a a um ramo de hissopo, levaram-lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E inclinando a cabeça, rendeu o espírito.
Então os Judeus, visto ser o dia da Preparação para os corpos não ficarem na cruz ao sábado - pois era um grande dia aquele sábado -, pediram a Pilatos que se lhe quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram então os soldados e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao segundo dos que tinham sido crucificados com Ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados perfurou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água. Aquele que o viu é que o atesta, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz:
«Nem um só dos Meus ossos se há de quebrar».
E outra vez diz a Escritura:
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram».
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